Você mereceu aquele “obrigado”?
Se você cumpre a sua obrigação, eu devo lhe agradecer? Se você faz o que deveria ter feito, tenho que lhe dizer “obrigado”?
É polido dizer “obrigado”. Mostra bons modos. Ajuda nos relacionamentos. Promove boa vontade. Mas segundo o Senhor Jesus, quando alguém faz o que deveria ser feito para outrem, ou seja, cumpre seu dever, esta pessoa não merece um “obrigado”.
Jesus disse: -Façam de conta que um de vocês tem um empregado que trabalha na lavoura ou cuida das ovelhas. Quando ele volta do campo, será que você vai dizer: “Venha depressa e sente-se à mesa”?Claro que não! Pelo contrário, você dirá: “Prepare o jantar para mim, ponha o avental e me sirva enquanto eu como e bebo. Depois você pode comer e beber.”Por acaso o empregado merece agradecimento porque obedeceu às suas ordens?Assim deve ser com vocês. Depois de fazerem tudo o que foi mandado, digam: “Somos empregados que não valem nada [inúteis] porque fizemos somente o nosso dever.” Lucas 17.7-10 NTLH
A própria palavra “obrigado” implica que você está endividado com a pessoa que lhe fez um favor. Quer dizer, ela não precisava tê-lo feito, mas fez. Por isso, criou uma “dívida” com você, onde você se sente “obrigado” a retribuir. Quando a pessoa responde “de nada”, é como se ela estivesse lhe absolvendo da dívida, dizendo que não espera retribuição.
Logo, dizer “obrigado” por uma coisa que a pessoa fez por dever e não por favor se torna desnecessário. É isso o que o Senhor Jesus quis dizer acima. Por que dizer “obrigado” ao empregado que apenas cumpriu seu dever?
Meu argumento aqui não é lhe convencer a deixar de dizer “obrigado” no curso das suas relações com as pessoas. Quando a questão é relacionamentos, acho que precisamos dizer mais “obrigado” do que menos.
Porém, o que todos nós devemos fazer é estarmos conscientes de que para merecer agradecimento precisamos fazer mais do que nossa obrigação, ir além do que já prometemos fazer, exceder as expectativas das pessoas com quem temos um contrato psicológico (expectativas entre duas pessoas, nem sempre expressadas). Sem esta segunda milha, sem a surpresa do esforço extra, não merecemos um “obrigado”.
Você provavelmente dá e recebe dezenas de “obrigados” todos dias. Mas agora você sabe diferenciar entre um obrigado dado por mera educação e outro dado por mérito.
Que tal merecer um obrigado hoje?
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